Naquela terra inóspita e sombria a escuridão tornava-se ainda mais
evidente. E naquele maldito local morava apenas uma pessoa, o Sr.
Olavo. Ele era uma pessoa rica, fria, sem amigos e amante da literatura
gótica, da qual colecionava milhares de livros. Por anos e anos Sr.
Olavo ali passou seus dias e noites, sem nunca ter reclamado das
supostas maldições que o povo insistia em atribuir ao seu casarão,
localizado no pico de uma floresta de árvores mortas. Talvez por isto
mesmo tenha sido tratado sempre com muito respeito pelos cidadãos
quando fazia suas raras visitas ao centro da cidade. No fundo, todos
tinham medo de Sr. Olavo, que sempre vestia-se de sobretudo e usava uma
forte maquiagem preta ao redor dos olhos. Diziam as más línguas que Sr.
Olavo era a reencarnação de Drácula. E mesmo sendo puro folclore, assim
que anoitecia todas as pessoas, até mesmo os mais cépticos,
trancavam-se em casa, com medo de Drácula sair de seu casarão e chupar
seu sangue. Isso não chega a ser um exagero, já que a "floresta morta"
era um lugar realmente assustador. Mas nada incomodava Sr. Olavo, um
gelo de pessoa, que só sentia o tempo passar com a leitura de seus
livros.
Anos passaram-se, e nada mudou. Aliás, apenas uma
coisa mudou na vida de Sr. Olavo: com o advento da Internet, ele
poderia comprar livros sem sair de casa, nunca mais teria que olhar
para o rosto amedrontado daquele cidadão adiposo da livraria.
Finalmente Sr. Olavo estava realizando seu sonho de viver até morrer
dentro de seu casarão, o seu refúgio do mundo exterior que o temia. Mas
numa noite, tudo mudou. Eram 19hs, as corujas e os lobos já uivavam na
floresta enegrecida, clareada somente pela fraca luz do luar encoberto
por nuvens densas e cheias de mistério. Como de costume, Sr. Olavo lia
um de seus livros sob a luz de um castiçal, quando de repente ele ouviu
um barulho estranho do lado de fora da casa. Aproximou-se da janela, e
nada viu. Tranqüilamente, o velho pôs-se a ler novamente. Mas alguns
segundos depois, uma voz fraca e trêmula entrou nos ouvidos de Sr.
Olavo:
-Olaaaaaaaaavo... Olaaaaaaaaaavo...
Pela primeira vez em sua vida, Sr. Olavo tremeu. Pode-se dizer
que, literalmente, ele trancou o cu. Muito nervoso, abriu a porta da
sacada, olhou ao redor de seu casarão, e nada viu além das sombras
sinistras das árvores mortas. Ele estava muito nervoso mas, mesmo
assim, decidiu descer as escadas e vasculhar o primeiro andar. Mas
antes mesmo de por o pé no primeiro degrau da escada, ele ouve
novamente a voz sinistra e amedrontadora:
-Olaaaaaaaaavo! Olaaaaaaaaaavo!
O susto foi gigantesco, tanto que o velho rolou escada abaixo.
Só quando chegou lá embaixo percebeu que estava com muito medo, e que a
única coisa que queria do seu lado era alguém para defendê-lo e
abraçá-lo. Por alguns segundos ficou deitado no chão, pensando que a
sua fixação por literatura gótica e temas satânicos havia atraído o
"Coisa Ruim", que estaria disposto a tomar sua alma. Desesperado, o
velho olhou para o céu e pediu a Deus que o salvasse do Capeta. Mas
Deus parece não ter escutado-o, e novamente ecoou na casa aquela voz:
-Olaaaaaaaaavo! Olaaaaaaaaaavo!
Foi demais para ele. O velho durão, frio e sem escrúpulos estava
encolhido atrás da enorme mesa de jantar, e chorando. Mas por um
instante, lembrou-se de um antigo livro, no qual descrevia uma fórmula
que afugentava o Demônio da vida das pessoas. Desesperado, Sr. Olavo
foi correndo até sua gigantesca cozinha, onde revirou tudo até
encontrar o que precisava: azeite de oliva e erva-doce, que, ao serem
colocados próximos da porta de entrada da residência, fariam qualquer
Demônio desaparecer para sempre. E assim o velho fez. Nenhuma voz foi
ouvida. Sr. Olavo ficou aliviado. Mas alguns segundos após ter colocado
a "macumba" na porta, ele ouviu de novo a voz sinistra, mais alta e
forte do que nunca:
-Olaaaaaaaaavo! Abra a poooorta!
Cabisbaixo e certo de sua morte, Sr. Olavo caminhou até a porta, botou a mão na maçaneta e, antes de abrir, falou:
-Tomarás agora minha vida, ó Senhor dos Senhores. Mesmo com
todo o feitiço, não fui capaz de deter-te, és o mais poderoso. Não era
minha intenção chamar-te ao mundo dos vivos, mas assim o fiz, sem
pensar. Recompensando-te, toma agora minh'alma amedrontada por tua
presença, ó divindade maligna.E após seu trágico discurso, o velho abre a porta, e se depara com um sujeito todo sorridente e vestido de amarelo, que diz:
-Sr. Olavo? Sedex pro senhor, é um livro!
Texto Non-sense - Sr. Olavo
terça-feira, 13 de janeiro de 2009, by Fabricio von
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9 mongolices:
Esse cara do sedex é bem insistente... era sedex dez?? ahsuihasiuh
ahauhua, adorei o nonsense.. assim como todos os outros =)
essa cidade é petropolis =P
mt bom esse me amarrei ;D
menino mais q véi babão
uhauhauahauhauahuahauhauaha
comediássa!!!!
+ perai, era 19 hr, tem sedex a esse orárioo
O.o
rsrsrsrsrs
brinkdeira!!!
xD
hauhauhauhauahuahua...puta merda..to chorando de rir...bom demais isso...
Pensei q era o Seu Abel heehhehe
Pensei q era o Seu Abel heehhehe
hehehehehehehehe