Texto Nonsense - Edinho

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008, by Fabricio von

Edinho é um homem bem sucedido, pai de família e feliz. Mas desde criança sofre com um latrinário vício: ele come meleca. Quando pequeno, brincava na chuva de propósito, com a esperança de ficar gripado para ter o nariz escorrendo. Sua mãe sabia do problema, e levou-o a vários especialistas que indicaram diversos tratamentos, mas todo foram em vão. A única coisa que a mãe de Edinho podia fazer era ensiná-lo a não comer na frente de outras pessoas. Bem que ele tentou, mas seu vício o consumia. Fosse em casa, na escola ou no elevador, lá estava o menino com um dedo no nariz e outro na boca. Tais atitudes deram a Edinho um apelido não muito agradável: Melequento. Edinho não gostava de ser chamado assim, e sempre tampava na porrada com os coleguinhas de classe que zombavam de seu hábito. Passou a infância e chegou a adolescência. Todos seus amigos estavam lá, curtindo as menininhas, e ele era excluído, já que nenhuma garota sequer pensava em beijar o Melequento.

Nas férias do colégio, Edinho decidiu viajar para outra cidade, onde as pessoas não saberiam de seu vício asqueroso. E prometeu a si próprio que tentaria controlar-se diante de outros seres humanos. O pobre menino ficou hospedado em um albergue para jovens. Edinho tinha a sorte de ser atraente, e logo chamou a atenção das menininhas. Uma moreninha baixinha e de olhos verdes investiu pra cima de Edinho e beijou-o. Nossa, era o primeiro beijo do Melequento! E ele ficou ali, saboreando aquele beijo delicioso e grudento. Mas Edinho não sabia que beijo na maioria das vezes não gruda. Ele abriu os olhos e viu a garota afastar-se com uma cara de satisfação:
-Nossa, o que é isso na sua língua?!
-Errr... eu não sei!
-Sua língua está grudando... e está com um gosto maravilhoso! O que é isso? Chiclete?
Então Edinho percebeu o que havia ocorrido. Toneladas e toneladas de meleca estavam grudadas na sua língua, e o pior é que a menina havia gostado do sabor. Ela voltou a falar:
-Edinho... você tem um gostinho de quero mais! Que pasta de dente é essa?!
Melequento não sabia o que falar, muito menos inventar uma marca de creme dental. A menina ficou maluca, estava apaixonada pelo rapaz da meleca. E passaram a noite inteira se curtindo. Edinho estava confuso. Como poderia o produto de um vício visto como nojento e doentio pela sociedade atrair uma mulher de tal maneira?

O tempo passou, as férias acabaram e ele teve que voltar à sua cidade, fato que arrasou a menina do albergue, que pediu para que ele voltasse no próximo ano. Já em casa, Edinho decidiu estudar os efeitos de sua meleca. Assoou o nariz em um rato macho e colocou-o perto de outras ratinhas. Como num passe de mágica, todas as ratinhas estavam doidas para "ficar" com o rato. Heureca! Edinho estava produzindo o elixir do tesão! Agora o Melequento estava disposto a seduzir as meninas que antes o rejeitavam. E toda hora, quando seu vício fazia-o meter a mão no nariz ele lembrava-se de seu plano. Tirava a meleca e, em vez de comê-la, guardava num potinho. No final de cada dia, Edinho conseguia cerca de 50 gramas de meleca. Passados 10 dias, Melequento pegou o meio quilo de meleca que havia poupado e colocou-o escondido no liqüidificador de sua mãe. Ligou. A coisa foi misturando, misturando, até o amarelo ter unido-se com o verde. Desligou e despejou o conteúdo em uma garrafa de plástico. Finalmente ele possuía bastante elixir do tesão para conquistar as meninas. Botou sua garrafinha na mochila e foi para a escola. Como de costume, todos caçoavam do Melequento, principalmente as meninas. Hora do intervalo. Melequento pegou sua garrafinha e foi para o banheiro. Tirou a tampa e passou a pasta no cangote. Respirou fundo e sentiu que tratava-se da mais pura meleca. Nessa hora, seu vício foi mais forte que ele, e Edinho acabou metendo a boca na garrafa e engolindo o resto do produto. Mas tudo bem, ele já havia passado na nuca, e agora sua língua estaria mais grudenta do que nunca. Saiu do banheiro e, propositalmente, passou perto do grupo das menininhas. Mas nada aconteceu. Puto da vida, Edinho forçou a barra e meteu um beijão de língua em uma colega, que afastou-se rapidamente, sentiu a enorme quantidade de meleca em sua boca e vomitou ali mesmo. Melequento não entendeu porque não havia dado certo, e começou a correr quando viu que as outras pessoas queriam bater nele. Triste e condenado à exclusão social ficou. Mas ele não se conformava porque a moreninha do albergue gostou tanto da meleca, assim como os ratinhos.

Chegaram as férias de meio de ano, e Edinho decidiu voltar para o mesmo albergue de antes. Chegou lá, a mesma menina reencontrou-o, e começou o assédio e a pegação outra vez. Mas Melequento estava curioso demais para saber porque essa menina gostava tanto dele. Não mais suportando, ele falou:
-Olha fofinha, tenho um segredo para revelar...
-Fala, gatinho gostoso!
-Eu não uso creme dental especial ou qualquer outra coisa do tipo, na verdade... bem...
-Conta, querido!
-Eu tenho mania de comer meleca! É isso! Daí a meleca gruda na língua e é por isso que gruda!
-Ah, é isso? Tudo bem, fofinho!
-Como assim tudo bem?! Vocês não tem nojo de mim?!
-Ora, é claro que não, bobo!
-Quer dizer que se eu comer meleca agora você não se importará?
-Não! Bem... para falar a verdade, eu também tenho um vício.
-Eu sabia, você tem mania de botar o dedo na boca e ficar chupando! Eu já tinha reparado, mas não queria te falar...
-Bom, não é só na boca...

E a partir desse dia Edinho sabia que havia encontrado o amor de sua vida. Hoje Melequento tem vinte e seis anos e continua comendo meleca, mas está feliz e casado com a linda moreninha de olhos verdes que bota o dedo na boca e em outro lugar.

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5 mongolices:

Kiba Baka disse...

Antes meleca do que bróculis.

Anônimo disse...

aleluia um que termina bem

Humberto Castro disse...

haIUOAHUAOH não sei como li tudo isso xD

Manu disse...

Nossa isso foi nojeento' ¬¬'

mata cupins disse...

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