sábado, 9 de outubro de 2004, by Fabricio von

Texto Non-Sense N° 69

Sal era um enlatado. Melhor dizendo, Sal era um embutido, uma salsicha viena macho, mas muito pequenina e gordinha. Todas as outras salsichas tiravam onda com a cara de Sal, por ser muito mirradinho. Sua mãe, uma salsicha grandona, digna de um belo cachorro quente, falava que Sal deveria comer menos porcaria, mas não era isso que fazia com que ele fosse uma salsicha diferente das outras, o problema parecia mesmo genético, vai ver que o porco do qual foi feito era uma bola de tão gordo. Enfim, a pobre salsichinha viena estava cansada desta vida, e decidiu mudar: entrou na academia pra puxar ferro e, com isso, quem sabe poderia pelo menos virar uma salsicha sarada. As dores da primeira semana de treinamento eram horríveis, mas nada que uma boa massagem com mostarda pudesse melhorar. Aos poucos, Sal foi perdendo peso, e sua mudança já era aparente: boa parte de sua banha havia ido para o ralo. Mas isso trouxe um problema: a pele vermelha de Sal permaneceu alargada, e ele estava cheio de dobras. As outras salsichas, que não mais o sacaneavam por ser gordo, agora o humilhavam devido ao seu físico digno de uma salsicha podre caída debaixo do refrigerador do mercadinho do Seu Manoel. Muito triste após todo o esforço pelo qual passara, Sal só poderia apelar para a cirurgia plástica, e pediu ajuda aos seus pais. Mesmo sendo de uma família pobre, todos os parentes de Sal concordaram em fazer uma economia para pagar a tão desejada cirurgia plástica de Sal. Pobre salsichinha viena, ficava se olhando em frente ao espelho, imaginando-se ainda baixinho, mas finalmente magro e com uma pele lisinha, e não imaginava o que estava por vir.
Em uma noite de melancolia, Sal saiu até um barzinho, e foi encher a cara de manguaça. E foi entre um copo e outro que o pobre coitado acabou chamando a atenção de uma loira cinqüentona com um vestido sexy que estava por ali. Após alguns segundos olhando para Sal, ela resolveu puxar assunto:
-Ei salsichinha, por quê choras?
-Por isso! Eu não sou uma salsicha, sou uma salsichinha! E tem mais, olhe para mim! Eu sou todo flácido!
-Poxa, mas eu também sou flácida!
-A senhora me desculpe, mas a senhora deve ter mais de 50 anos... e eu? Eu tenho 3 aninhos!
-Ah, não ligue para sua pele, o que importa é quem você é... qual seu nome?
-É Sal...
-Nossa, que nome mais fofinho! Prazer, meu nome é Valeska.
E os dois, a salsicha viena macho e a cinqüentona, conversaram a noite toda, até o dono do bar pedir para se retirarem. Sozinho na rua de madrugada, Sal teria de esperar até de manhã para pegar um ônibus para sua casa. Foi aí que Valeska o chamou para dormir em sua casa.
-Eu? Mas, eu nunca dormi fora de casa, minha mãe ficaria preocupada...
-Ei, pense mais em você; ou melhor, em nós...
Sal estava muito nervoso, ninguém jamais havia se interessado por ele, muito menos um ser humano. Seus pensamentos estavam confusos, ora pensava em sua mãe, ora pensava na coroa carnuda que o chamava para dormir com ela. E foi então que, dominado pelo tesão, Sal decidiu passar a noite na casa de Valeska.
Mal entraram no quarto e Valeska já foi se despindo. Ok, ele era uma coroa, mas uma coroa de tirar o folego de muito marmanjo. Sal, que nunca havia visto uma mulher pelada, logo ficou excitado. Mas mesmo excitada, a salsicha era pequena. Ele ficou frustrado por não ser aquilo que Valeska poderia gostar, mas ela logo falou:
-Ei, tamanho não importa, o importante é saber fazer, vem aqui...
Então Valeska pegou Sal na mão, agarrou-o com carinho e masturbou-se com ele. Sal estava meio tonto com o vai-vem, mas gostou muito da brincadeira. Valeska gritava:
-Sal! Ai Sal! Essas suas dobrinhas são uma delícia! Oh! Ah!
Orgulhoso de não ter feito a plástica, Sal percebeu que poderia ser muito feliz com sua "deformidade física". Valeska estava frenética de tanto prazer que sentia, e acabou chegando ao orgasmo. Sal, todo melado e sentindo-se muito confiante do seu potencial, falou com um tom provocante:
-Ei gata, que tal agora você me chupar?
Lambendo os lábios, Valeska atendeu seu pedido. Sal podia ver todos os dentes e obturações da coroa, e o melhor: sentia a língua roçando em sua pele flácida. Após alguns segundos, Valeska parou. Sem entender o porquê, Sal perguntou:
-Por que você parou?
-Ai Sal, você é a melhor coisa que podia acontecer nesta noite! Você é tão gostoso...
E então Valeska o comeu, lambendo os lábios.


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Nenhuma mongolice! Que derrota!