quinta-feira, 16 de setembro de 2004, by Fabricio von

Não tem nada que me estresse mais do que época de eleições. Bastaram dois fatos que presenciei pra me deixar puto da vida. O primeiro foi semana passada. Seis horas da noite, e o habitual trânsito lento estava caótico, e ninguém sabia o porquê. Após muitas buzinadas e xingamentos, fiquei olhando aquilo sem acreditar: uma carreta gigantesca, rodando no apertado centro histórico de Petrópolis. Se ainda fosse uma carreta à serviço, beleza, mas ela não estava transportando nada, só tinha umas faixas enormes de um candidato a vereador fixadas nas suas laterais. Se eu tivesse pedra eu tacava. Mas a gota d'água mesmo veio com um desses "showmícios". Dez e meia da noite, o filho da puta do candidato decide fazer uma festinha em frente à uma Igreja para ganhar votos, e contratou um "cantor" de pagode, um tal de Waguinho.
-Aê mulheraaaada, vamos apoiar o nosso futuro prefeito, Leandro Sampaio!
O Zé-povinho grita.
-Poeiraaaaaaaaa, poeiraaaaaaaa...!
A multidão vai à loucura.
-Como é bola em inglês?! E gato? Bola Gaaaaato! Ae mulherada, vamos liberar pra rapazeada o BolaGato, o Ballcaaaaat!
Porra, é o cúmulo. Neguinho no microfone incentivando o boquete grupal na frente da Igreja. E o candidato lá em cima do palanque, sorrindo. É por essas e outras que escolher um candidato decente é tão difícil quanto presenciar o enterro de um travesti anão japonês.


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Nenhuma mongolice! Que derrota!